quarta-feira, 24 de março de 2010

Irregularidades no Ipsemg são alvo de três investigações

Ministério Público, Tribunal de Contas e Auditoria do Estado analisam denúncias contra diretor

A falta de profissionais para atender os usuários e também o fechamento de leitos no Hospital Governador Israel Pinheiro, do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), são alvos de três investigações. Uma delas é conduzida pelo Ministério Público Estadual (MPE), que encaminhou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e à Auditoria Geral do Estado (AGE) documentos que comprovam que, além dos prejuízos para os servidores, o hospital estaria sendo palco de irregularidades praticadas na condução de licitações e na terceirização de serviços.

As denúncias, assinadas pelo ex-diretor clínico do hospital e atual membro do conselho de mobilização dos médicos do Ipsemg, Luciano Dantés, sugerem o envolvimento de membros da diretoria do Ipsemg em fraudes. "Ignoraram nossas solicitações e contrataram leitos externos terceirizados sem planilhas de custos", denuncia Dantés. A assessoria de imprensa do Tribunal de Contas confirma o acolhimento das denúncias contra a administração do Ipsemg, mas, de acordo com o órgão, a investigação corre em sigilo.

No Ministério Público, segundo a assessoria, a gestão do hospital do Ipsemg é alvo de investigação há pelo menos três anos. Os documentos que circulam no órgão colocam o diretor de saúde do instituto, Roberto Fonseca, sob suspeição. Pelas investigações ainda não concluídas, Fonseca estaria se beneficiando de terceirizações indevidas para atender interesses próprios e de pessoas ligadas a ele. "Serviços que poderiam ser feitos pelo Ipsemg estão sendo passados a hospitais particulares. Não são feitas licitações e nenhum tipo de concorrência. Tudo passa pelas mãos do diretor de saúde, Roberto Fonseca", conta um outro médico ligado ao grupo que encabeça as denúncias contra o atual diretor.

Roberto Fonseca nega as acusações. Ele diz não ter qualquer interesse pessoal por trás do credenciamento de hospitais. "O que existe é o credenciamento, que não fomos nós que inventamos. São planos de saúde como qualquer outro", justificou.

Ainda de acordo com o diretor de saúde, em todo Estado são 186 os hospitais credenciados ao Ipsemg. Desses, disse, os hospitais Felício Rocho, Luxemburgo, da Baleia, Evangélico, Vera Cruz, Santa Rita e São Francisco recebem as demandas da capital. Roberto Fonseca explicou que a escolha dos prestadores de serviço é feita mediante documentação apresentada pelos hospitais. "Qualquer um (hospital) que aceite pode se tornar um credenciado, desde que tenha a documentação", explicou. As informações são do jornal O TEMPO.

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