domingo, 31 de janeiro de 2010

HORIZONTE CONTURBADO

Por Geraldo Elísio

“Duvide, pergunte, certifique-se e resolva. Nessa ordem.” – Cardeal Mazarino

As contradições e indefinições do quadro sucessório de Minas Gerais têm trazido uma forte dose de apreensão aos políticos do Estado, principalmente para os deputados federais e estaduais.
Eles sabem que não estão bem em termos de opinião pública. Não têm um cartel de realizações favoráveis ao povo. Sabem que são submissos e destituídos de carisma (obviamente, ressalvadas as exceções). Sabem, enfim, “que não estão bem na fita” e que as eleições custarão muito caro, num momento pouco propício a investimento dessa natureza, no ciclo vicioso criado por eles próprios ao transformar a atividade em balcão de negócios, diante da inexistência de vocações de verdade e talento. Para se fazer negócio, é fundamental o dinheiro e aí também prevalece a lei de mercado. A lei da oferta e da procura, o maior mal que está sendo causado às gerações futuras.
Contavam eles com a possibilidade de Aécio Neves se candidatar à sucessão do presidente Lula. Viram tal expectativa se dissipar. Alguns ainda sonham com a possibilidade do governador aceitar ser o candidato a vice de José Serra. Mas lhes falta certeza, principalmente diante das reiteradas declarações de Neves ao negar essa possibilidade, mesmo dando ênfase a que somente a morte é irreversível.
Apesar de alguns esforços, o vice Antonio Anastasia não é visto como “puxador” de votos e sim como alguém que tem de ser “arrastado”, um “andor pesado para carregar”, no jargão dos políticos mineiros mais antigos.
Da mesma forma, a indefinição no âmbito do PT mineiro assusta. Quem será o candidato? Pimentel, que sofre restrições do PMDB, eventual primeiro aliado? O ministro Patrus Ananias, preferido do PMDB, porém hostilizado pelo grupo de Pimentel? Ou o vice José Alencar, último nome incluído no páreo? Incógnitas! E o peemedebista Hélio Costa, também ministro de Lula que tem nesta, segundo alguns observadores, a sua última chance de chegar ao Palácio da Liberdade? Outra incógnita!
E o tempo, indiferente a tudo, passando sem se importar com ninguém enquanto os prazos legais vão se esgotando e as eleições se aproximando rapidamente, dentro de um contexto econômico modelo Denorex, ou seja, parece (bom), mas não é. Vale repetir que em países de terceiro mundo ou em vias de desenvolvimento uma eleição pode muito bem ser resolvida em função de um pacote de biscoito que o cidadão comum possa ou não comprar no fim do mês para renovar o estoque de alimentos de sua casa.
Itamar Franco, candidato de Aécio para fazer frente aos demais? Negativo! O (galã do Paraibuna ou fantasma da rua Helfeld) já anunciou que disputará o Senado. E o candidato petista, alguns esperam que isso ocorra por obra e graça de Lula. Em termos do Partido dos Trabalhadores, é claro que assim será. Afinal, quem tem disposição de enfrentar o primeiro companheiro? Mas em termos de PMDB e outros aliados? As coisas serão certamente mais complicadas. Qual será o preço?
E as duas vagas para o Senado? Mesmo em se tratando de duas vagas “a fruta é pouca e os macacos são muitos”. Eduardo Azeredo, do PSDB, já é dito abertamente, será candidato a deputado federal. Sendo assim, passará à condição de “rival” e não “puxará” votos. Dependendo das composições que não saem do campo das especulações, são potenciais candidatos (pois irreversível, só a morte), Aécio Neves, José Alencar, Patrus Ananias, Fernando Pimentel, Hélio Costa (que tem preferência por este cargo) e mesmo o deputado estadual Wellington Prado que, acena quase diariamente com essa pretensão. Itamar já é candidato.
Todo esse grupo tem o seu futuro, de uma forma ou de outra, resolvido, porém aos deputados federais e estaduais de Minas o cenário afigura-se sombrio. Afinal, eles se embaralharam nas próprias pernas.
Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.

Geraldo Elísio escreve no "Novo Jornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises E-mail: geraldo.elisio@novojornal.com
Fonte: Novo Jornal

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Governo Aécio ameaça a construção de mil moradias populares

O governo de Minas Gerais se recusa a conceder isenção e descontos de 80% e 90% nas taxas de registro de imóvel, previstos no programa Minha Casa Minha Vida do governo federal, e põe em risco a construção de 1.000 moradias adquiridas pela população de baixa renda em Belo Horizonte. Desde o início desta semana os cartórios da capital mineira se negam a protocolar os registros imobiliários alegando que não podem conceder os descontos porque a receita estadual continua exigindo o repasse das taxas que lhe cabem na operação. “Se dermos os benefícios seremos punidos pela fiscalização tributária que ainda cobra dos cartórios o repasse das taxas estaduais que representam, em média, 34% do valor do registro”, diz o oficial do cartório do 4° ofício em Belo Horizonte, Eugênio Klein Dutra.

Sem o registro dos imóveis e impedidas de receber da Caixa Econômica Federal os recursos que financiam o programa, as construtoras ameaçam paralisar as obras. De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-MG), Geraldo Jardim Linhares, a intransigência do governo de Minas será responsável pela demissão de aproximadamente 1.200 operários que hoje trabalham na construção de quinze edifícios para atender à demanda do programa Minha Casa Minha Vida. “Já nos reunimos com secretários de Estado e com o vice-governador Antônio Augusto Anastasia que nos prometeu uma solução para esse impasse. Infelizmente nada foi feito”, lamenta o presidente.

Enquanto o governo insiste em não permitir a isenção e os descontos para a população de baixa renda, a funcionária pública Ester Oliveira Bruno está, desde o início de janeiro, tentando registrar o imóvel que comprou pelo programa de moradias do governo federal. “O salário que recebo me dá o direito à isenção nas taxas de cartório. Desde novembro tento registrar o imóvel, mas não consigo. Quando aderi ao programa não imaginava que o governo do estado pudesse exigir a cobrança das taxas”, lamenta

Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

Ontem, 28 de janeiro foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, data criada em 2009 em homenagem aos Auditores Fiscais do Trabalho Erastóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, assassinados em 28 de janeiro de 2004, durante vistoria a fazendas na zona rural de Unaí, Minas Gerais.

Protesto lembra impunidade da chacina de Unaí

Cerca de 120 pessoas participaram ontem (28) de uma manifestação contra o trabalho escravo frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), relembrou os seis anos de impunidade da chacina de Unaí (MG).

I Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo

As Procuradorias Regionais do Trabalho da 2ª Região/São Paulo e 15ª Região/Campinas, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, promovem o "I Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo", em São Paulo, que ocorrerá nos dias 28 e 29, no auditório da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo.
Na ocasião, os participantes poderão esclarecer dúvidas sobre a exploração da mão de obra estrangeira no ramo das confecções do Estado.
Justamente nesta semana, em que celebra o combate ao trabalho escravo, a polícia do estado, comandada pelo governador José Serra (PSDB/SP), perseguiu e prendeu 9 trabalhadores sem-terra na região de Bauru, numa operação carregada de conotação de perseguição política. Melhor faria se usasse o efetivo policial para investigar denúncias de exploração do trabalho escravo.

MPF participa de reunião solene em combate ao trabalho escravo no Tocantins

Na terra da senadora demoruralista Katia Abreu (que, obviamente, não esteve presente), a Comissão de Erradicação do Trabalho Escravo do Estado do Tocantins (Coetrae) realiza reunião solene, a partir das 18h30, no Palácio Araguaia, em Palmas.
Na ocasião, o governador Carlos Henrique Gaguim deverá assumir o protocolo de intenções, garantindo a implementação do Plano Estadual de Combate ao Trabalho Escravo. O evento contará com a presença da procuradora regional dos Direitos do Cidadão, Ludmila Ribeiro.
Diversas outras atividades ligadas ao tema ocorrem nestes dias por todo o Brasil.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Lula e Dilma garantem: BR 367 será asfaltada com verbas do PAC


O presidente Lula autorizou a inclusão da pavimentação da BR 367 no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Neste 19/01, em Jenipapo de Minas, na inauguração da Barragem do Setúbal, coube à Ministra Dilma Roussef informar que o Governo Federal fará o asfaltamento de dois trechos da BR 367: Minas Novas-Chapada do Norte-Berilo-Virgem da Lapa, no Médio Jequitinhonha, e Almenara-Jacinto-Salto da Divisa-Itagimirim (BA), no Baixo Jequitinhonha. São cerca de 120 quilômetros.

Dando resposta à oposição que prometeu acabar com o programas do Governo Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff defendeu o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), diante da platéia de 3 mil pessoas no Vale do Jequitinhonha.
Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a acompanhava e a deixou à vontade, ela atendeu ao apelo que havia sido feito minutos antes pelo prefeito Márlio Geraldo Costa (PDT), de Jenipapo de Minas, que falou em nome dos prefeitos do Vale do Jequitinhonha que reivindicam esta importante obra para o desenvolvimento regional.
Dilma prometeu imediata liberação de verbas federais para asfaltar dois trechos da BR-367, rodovia que corta todo o Vale do Jequitinhonha e vai até a Bahia.

Empolgação de Dilma e do Vale
Quando anunciou o asfaltamento houve uma explosão de alegria na platéia. O anúncio foi mais aplaudido do que a inauguração da Barragem.
Quando assumiu o compromisso de arrumar dinheiro para cobrir de asfalto a estrada de terra, Dilma empolgou-se.


"Aqui temos prefeitos e prefeitas que sabem que o PAC é uma obra concreta. Aí eu queria aproveitar e dar uma notícia para vocês. Há pouco o presidente determinou. Nós ligamos para o DNIT e o presidente decidiu que vamos agora prometer mais uma obra. Que nós iremos cumprir, o asfaltamento dos dois trechos da BR 367. Será novamente uma obra do PAC. O PAC é isso. Nós cumprimos o que prometemos”.
Defesa do PAC
Assegurou que ao governo que serve não interessa favorecer esse ou aquele partido. "Nós do PAC temos um princípio: levar para onde haja Brasil e brasileiros investimentos para fazer esse país avançar e crescer sem olhar filiação partidária, se o prefeito ou o governador é a favor ou contra, se faz oposição ou não”, finalizou a Ministra Dilma, que é pré-candidata a Presidente da República.

Fonte: Blog do Banu

domingo, 17 de janeiro de 2010

PHA: Almoço na casa de FHC era para almoçar Aécio. Não deu certo


Os amigos navegantes do Conversa Afiada se lembram de um almoço recente no Condado de Higienópolis, em São Paulo, que lançou Zé Alagão (José Serra) candidato a presidente.

Por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada
Clique aqui para ler “Tucanos almoçam na casa de FHC para lançar Serra. Não tinha um único pobre”.

Acontece que havia, sim, um pobre.
Um pobre que se instala no meridiano que passa por Uberaba e captou a secreta essência daquele almoço.
O almoço foi a última tentativa de Zé Alagão (pelas mãos do médium Fernando Henrique Cardoso) de convencer Aécio a ser vice de Serra.
FHC, o deputado Sérgio Guerra e o Tasso “tenho jatinho porque posso” Jereissati fizeram a corrente pró-Serra.
Insistiram. Insistiram. Insistiram.
O argumento final, aquele que seria a “bala de prata”, foi dramático.
Zé Alagão está abatido, deprimido, não dorme.
Com sintomas claros de bipolaridade, ou seja, um distúrbio cuja principal característica é uma acentuada oscilação do humor, com alternância entre fases de grande euforia e intensa tristeza (fases mais longas).
Os comensais quase foram às lágrimas.
Coitadinho.
Só o Dr. Freud resolve isso.
Ou o Aécio.
Os três queriam que Aécio se tornasse a Ana Neri do Serra: seja vice e salve o rapaz!
Aécio foi claro: não!
Já que a chapa dos sonhos do Zé Alagão – Serra/Aécio – não vingou, era preciso dar umas desculpas esfarrapadas ao PiG (*) provincial.
Tasso “tenho jatinho” anunciou: “acabou !” – o PSDB tem candidato, o Serra.
E o Farol de Alexandria (Fernando Henrique Cardoso) comunicou que o deputado Sérgio Guerra, presidente dos tucanos, vai sair por aí, em busca de palanque para o rapaz triste.
O que se conclui do ágape azedo é que Aécio não vai poder dizer que não apoia o Serra.
Isso seria um erro político.
Mas, Aécio pode “cristianizar” o Zé Alagão em Minas.
Aécio vai se concentrar em Minas.
E lavar as mãos, se Serra for candidato a presidente.
Em Minas, se não ganhar com Anastásia para governador, Aécio não vai apoiar Hélio Costa.
É bom não esquecer que, numa certa campanha para governador de Minas, Helio Garcia vs Hélio Costa, surgiu um slogan muito interessante: “é melhor o Hélio Garcia do que o Hélio da CIA”.

Em tempo: Helio Garcia ganhou. Helio Garcia tinha sido vice-governador de Tancredo Neves.


Fonte: Portal Vermelho Foto charge: Mídia Independente

Lula e Dilma voltam a Minas para inauguração


Presidente e ministra inauguram Barragem de Setúbal, em Jenipabo de Minas

Carlos Alberto Cândido - Jornal Hoje em Dia

A inauguração da Barragem de Setúbal pelo presidente Lula, na próxima terça-feira (19), será a redenção do pequeno município de Jenipapo de Minas, afirmou nesta sexta-feira (15) o prefeito Márlio Geraldo Costa (PDT).
A visita abre a série de viagens que Lula deverá fazer a Minas neste ano em companhia da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT a presidente da República. Além da Barragem de Setúbal, eles inaugurarão um Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) em Araçuaí, e reinaugurarão a Usina Termelétrica de Juiz de Fora, também no dia 19.
Localizado no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do país, Jenipapo sofre com escassez de água e a migração sistemática de mão de obra masculina adulta para trabalhar no corte de cana de açúcar em São Paulo e Mato Grosso. A obra, que faz parte do PAC e custou R$ 160 milhões, pretende resolver o problema da água, com a perenização do Rio Setúbal.
“O Vale não é mais o Vale da Miséria, é o Vale da Esperança”, proclama o prefeito Márlio. “Graças a Deus e a dois estadistas, o presidente Lula e o governador Aécio Neves, o Vale do Jequitinhonha será tão rico quanto as outras regiões de Minas.”
A obra chegou a ocupar mais de mil trabalhadores. Trata-se também da reparação de uma dívida social com o povo do município, segundo o prefeito. A Barragem de Setúbal é uma das muitas barragens que a Cemig começou a construir na década de 1980 e abandonou. O que tinha sido feito foi dinamitado. “Essa era uma mágoa muito grande que a gente tinha”, conta Márlio.
A barragem original ia produzir energia elétrica, a atual vai apenas regularizar o rio, mas, segundo prefeito, isso é o mais importante. É que junto com a barragem estão sendo elaborados diversos projetos de desenvolvimento social, com participação do Governo do Estado, destinados a famílias da cidade. Além disso, foram construídas duas agrovilas para assentamento das famílias ribeirinhas, uma em Jenipapo e outra no município vizinho de Chapada do Norte.
O prefeito também elogia o Programa Bolsa Família, do Governo federal, que beneficia 740 famílias em Jenipapo, com pagamentos mensais que vão de R$ 115 a R$ 145. “Aqui, isso faz uma diferença muito grande”, ressalta. Técnico em gestão pública, que estreou na política na eleição de 2008, Márlio faz questão de dizer que é continuador da obra do ex-prefeito Edson Figueiró, do PSDB, depois que este cumpriu dois mandados consecutivos.
O presidente Lula deverá desembarcar às 10 horas no Aeroporto de Araçuaí, distante 53 quilômetros de Jenipapo, e seguirá direto para uma visita técnica à Barragem de Setúbal. Em seguida, visitará a Agrovila Monte Alegre. Às 11 horas, deverá subir no palanque para discursar. Depois voltará a Araçuaí, onde inaugurará um Cefet.
De lá, o presidente Lula voará para Juiz de Fora. Na Zona da Mata, em companhia ainda do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, Lula e Dilma reinauguram a UTE Juiz de Fora, que foi convertida para operar com etanol. A usina é a primeira termelétrica do mundo a usar o combustível renovável para geração de energia elétrica. Ela está operando em fase de testes desde 31 de dezembro e tem capacidade instalada de 87 MW.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

45 prefeitos mineiros foram cassados em 2009


Dados do TRE/MG indicam que Minas Gerais bateu recorde de cassações de prefeitos. Foram 45 eleitos em 2008 que foram cassados em 2009. Do total de municípios atingidos, 12 tiveram novas eleições e 7 são administrados pelo presidente da Câmara Municipal. Outro 5 municípios são administrados pelo segundo colocado nas eleições de 2008. 16 prefeitos continuam no cargo, aguardando recurso.
Alguma Poliana poderia dizer que é algo normal, já que MG possui 853 municípios. Mas o TRE joga por terra este argumento: após as eleições de 2004 foram realizadas apenas duas eleições extemporâneas no ano seguinte; e entre 2005 e 2008 foram apenas oito.

domingo, 10 de janeiro de 2010

PT e PMDB mineiro prestes a sofrerem intervenção


Crise instalada nas duas legendas coloca em risco aliança necessária para viabilizar eleição de candidatura a presidente pelo PT

Já está decidido em nível nacional que se os diretórios estaduais do PT e PMDB não encontrarem um saída para o impasse interno criado entre as correntes que disputaram as últimas eleições para direção partidária, até o final de janeiro haverá intervenção nas duas legendas.

A briga patrocinada pelo PSDB no PT e PMDB tornou praticamente impossível a conciliação dos interesses em jogo.

Com a decisão do governador Aécio Neves e do vice-presidente José Alencar em disputarem uma vaga no Senado, praticamente encerrou-se a eleição para o preenchimento das duas vagas para o cargo, ficando centralizada a disputa apenas para o cargo de governador de Minas.

Nesse caso, é bem possível que o governador Aécio Neves, percebendo a fragilidade do candidato de seu partido, o vice-governador Anastasia, passe a colocar suas fichas na candidatura de Itamar Franco, oferecendo ao PMDB uma vaga de vice e deixando o PT sem a aliança que viabilizaria o palanque para a candidatura de Dilma no estado.

Esse quadro obrigaria o PT a recompor suas antigas alianças com o PCdoB e outros partidos, excluindo, é lógico, o PSB que, declaradamente, apoiará o candidato da chapa do PSDB.

Como ficaria o ministro Hélio Costa neste quadro? Segundo fontes do governo federal: vice na chapa de Dilma, fato noticiado por Novojornal há mais de 15 dias.

Porém, caso isso ocorra, será inevitável que Aécio indique Itamar para vice de Serra, equilibrando a disputa presidencial no estado. Minas terá em 2010 dois candidatos a vice-presidente.

Com a indicação de Itamar para vice de Serra, novamente o PSDB entrará em cena no quadro da sucessão estadual.

Atendido com a vaga de vice-presidente, o PMDB mineiro poderá compor-se com o PT, aceitando a indicação de um candidato a vice ou até mesmo compor uma chapa com o PSDB. A verdade é que do PMDB tudo pode ser esperado.

Fonte: Novo Jornal

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Agenda tucana de 2010 abre com foco em Minas



Partido fará primeiro encontro do ano no Estado, para prestigiar governador de Minas e fortalecer o palanque da oposição

A primeira reunião da Executiva Nacional do PSDB em 2010 será em Belo Horizonte, no final do mês. A decisão de prestigiar o governador mineiro, Aécio Neves, depois que ele renunciou à pré-candidatura presidencial, em dezembro, serve para mostrar que o ambiente interno é de "calma e normalidade" e impulsionar a candidatura do vice-governador Antônio Anastasia (PSDB) na corrida estadual, fortalecendo o palanque nacional da oposição no segundo maior colégio eleitoral do País.

Como o objetivo futuro é conquistar o apoio de Minas ao governador paulista, José Serra, que passou a ser o único pré-candidato tucano à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), adverte logo que a escolha do vice será "assunto proibido" na reunião.

Guerra sabe que o sonho de consumo do tucanato é a chapa puro-sangue, com Aécio como vice de Serra. Por isso, avisa que será uma "reunião normal", para a qual Serra nem será convidado a participar, e que o vice não será discutido agora.

"Antecipar o debate do vice quando nem pré-candidato oficial nós temos, não é bom para o nosso projeto político em Minas, nem para a campanha nacional do PSDB", defende o presidente do partido. Diante da enorme popularidade de Aécio e do desejo do eleitorado mineiro de vê-lo candidato a presidente, Guerra não tem dúvidas de que, "se fosse uma reunião para pressionar em favor da chapa puro-sangue, o último lugar para realizá-la seria Minas".

A recomendação de não tratar do assunto não é só dele. Dirigentes e líderes tucanos que se encontraram com Guerra na segunda-feira, no Rio, já se acertaram em torno disso. Foi nessa conversa que se decidiu a escolha de Belo Horizonte para sediar a reunião. Daqui para frente, as reuniões mensais da direção serão itinerantes. A escolha se dará na medida em que os palanques forem ajustados.

"Minas agirá com maior lealdade possível. Vamos ajudar na campanha nacional", afirma o secretário-geral do partido, deputado Rodrigo de Castro. "O PSDB mineiro está totalmente entrosado no PSDB nacional. Não tem isso de PSDB mineiro, paulista nem pernambucano", completa Guerra. "Estamos todos unidos na disposição de enfrentar essa avalanche de propaganda do governo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.