quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Eduardo Azeredo ameaça FHC

Há mais de 15 dias aguardando para entrar em pauta na Corte do STF, denúncia contra o senador mineiro assusta ministros
Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, pedir para que fosse incluído em pauta para análise pela Corte do recebimento ou não da denúncia contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), por participação no esquema de corrupção denominado “mensalão mineiro” ou “Valerioduto”, o clima fechou.

Eduardo Azeredo, que já havia ameaçado com os “mesmos argumentos”, agora utiliza os do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando da possível instalação de processo de quebra de decoro contra o mesmo pelo Senado, há quatro anos, voltou a carga.

A estratégia adotada pelo senador mineiro na época mostrou-se eficiente, pois o PSDB, a qualquer preço, celebrou uma composição com o PT para o arquivamento da denúncia.

Há muito, a maneira dos congressistas em relacionar-se no Parlamento não tem sido outra, basta verificar o ocorrido recentemente entre os senadores Fernando Collor e Pedro Simon.

Analistas da área judicial afirmam que o atual modelo de composição do Supremo Tribunal Federal coloca a Corte susceptível a este tipo de “apelo”.

Não é segredo que o atual presidente do STF, Gilmar Mendes, não tem ligado para o que pensa a “opinião pública” quando o assunto está relacionado a atos praticados pelo tucanato de alta plumagem, governo do qual foi advogado-geral. Basta verificar as atitudes tomadas pelo ministro no caso Daniel Dantas.

Joaquim Barbosa, que recentemente teve ao vivo e em rede nacional de TV uma escaramuça com Gilmar Mendes, já se demonstra bastante inquieto com a demora do assunto ser colocado em pauta.

Segundo assessores do Supremo, espera-se no máximo para esta semana a ida da denúncia a Plenário.

Políticos próximos ao senador Eduardo Azeredo garantem que sua munição é pesada e, se utilizada, poderá prejudicar a pretensão tucana de voltar ao Palácio do Planalto em 2010.

A verdade é que, seja qual for o resultado, dificilmente Azeredo terá condição de se reeleger senador por Minas Gerais. Segundo lideranças do PSDB mineiro, “quando muito ele será eleito deputado federal”. Sua pretensão seria de não perder a imunidade parlamentar.

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