sábado, 3 de outubro de 2009

Rasteira em Aécio - Após filiação, Sérgio Reis apoia Serra

Apresentado como grande conquista do Partido da República, que compõe a base do governo mineiro, candidato surpreende O Partido da República (PR), que compõe a base de sustentação e apoio do governador mineiro, participando inclusive do governo com indicados para diretoria da Codemig e Copasa, precisa afinar o discurso de seus filiados.
“Esperar um procedimento politicamente coerente de um cantor é exigir muito, porém é necessária no mínimo disciplina partidária”, reclama um dirigente do partido após entrevista do cantor Sérgio Reis a uma revista artística paulista.
A reportagem do site O Fuxico relata que após se filiar ao Partido da República (PR), com o objetivo de disputar uma vaga de deputado federal por Minas Gerais em 2010, Sérgio Reis já faz planos para a carreira política.
Em entrevista, o cantor falou da emoção de disputar pela primeira vez uma eleição. Enquanto prepara a mudança para Belo Horizonte, Sérgio Reis confessa que se orgulha de conhecer cerca de 900 municípios do Estado de Minas. E garante: “Conheço mais Minas que o Aécio Neves”. (Uma correção: Minas Gerais tem apenas 853 municípios).

Confira a entrevista

O Fuxico: O que o levou a se filiar ao Partido da República (PR) pelo Estado de Minas Gerais?
Sérgio Reis: Minha ligação com Minas é muito forte.
Este é o estado brasileiro onde mais vendo discos e realizo shows. Devo muito a este povo, que me deu uns 80% do que conquistei ao longo da minha carreira. E, hoje, me sinto pronto para disputar uma vaga na Câmara Federal. Achei que já estava preparado para isso.
OF: Qual será sua plataforma de campanha?
SR: Optei por três pontos importantes: saúde, educação e infraestrutura.
As estradas que cortam Minas são terríveis. Viajo muito com meu ônibus e sei bem o que digo.
Além disso, fiquei chocado ao saber que alguns hospitais não fazem tomografia por falta de aparelhos.
Há pouco tempo, cheguei em São João Del Rei e soube que os médicos estavam em greve. E os doentes, como ficam?
OF: Você é muito popular entre os caminhoneiros. Fará uma campanha focada neste público?
SR: Eles gostam das minhas músicas, acompanham há anos meus programas de rádio... Mas, também sou popular entre as donas de casa e pessoas que gostam de música sertaneja.
Nas próximas semanas, vou divulgar a minha candidatura à Câmara Federal.
OF: Alguns artistas foram criticados por ingressar na política. Tem receio de enfrentar essa situação?
SR: Sei que o Gilberto Gil, por exemplo, não cuidou de certas áreas da cultura e não agradou a classe artística.
Mas, acredito que a minha carreira foi mais que uma faculdade. Conheci pessoas de todas as classes, problemas de todos os gêneros e passei a me relacionar com muitos políticos, com quem aprendi muito ao longo dos anos.
OF: Com tantos escândalos políticos, não tem medo por sua imagem?
SR: Não! Estarei lá para sugerir, dentro da minha capacidade, algumas melhorias para o povo. Eu sou uma pessoa correta, envolvida com o social e popular até entre os políticos. Isso vai facilitar muito a minha passagem pela câmara. Mas, nunca escondi de ninguém que o jogo de interesses me irrita...
OF: Poderia dar um exemplo?
SR: Essa história do Lula proteger o Sarney me tira do eixo. Mas, se ele não fizer isso, não conseguirá apoio para eleger a Dilma Russef... Falo de todo coração que não tenho medo de ninguém.
E mais: garanto que conheço bem mais os problemas sociais de Minas, que muitos políticos que o representam.
OF: Diz isso por viajar muito pelo Estado com seus shows?
SR: Claro! Desde 1973 faço shows em Minas Gerais, onde me apresentei em 853 cidades. Em algumas delas já estive mais de dez vezes. Conheço mais Minas que o Aécio Neves. Ele é muito jovem.
OF: Então, não acredita que ele tenha chance de se tornar Presidente da República?
SR: Ainda não. O Aécio pode ser dedicado, estudioso, mas ainda é moço. Tem menos experiência que o José Serra, que fez um bom trabalho no Ministério da Saúde e administrou São Paulo, que é gigante e cheio de problemas.
OF: Qual sua ambição política?
SR: Não tenho. Quero apenas retribuir tudo que conquistei com meu trabalho. Se tenho dinheiro e sucesso, devo aos brasileiros que compraram meus discos, foram aos meus shows, conferiram meus programas. Ajudo projetos sociais não por ser bonzinho, mas por consciência de que é minha obrigação. E se um dia eles quiserem me levar ao Senado, terei obrigação de representá-los. Veja o caso do Frank Aguiar. Ele é um menino inteligente, do bem, que se preocupa com o povo do Piauí e vai crescer muito mais na política.
OF: É verdade que pretende se mudar para Belo Horizonte?
SR: Sim. Eu e minha mulher andamos analisando alguns imóveis, mas vamos decidir com calma. Adoro esta cidade e há tempos vinha planejando isso. Agora tenho uma ‘desculpa’.

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