quinta-feira, 6 de agosto de 2009

“Governo de Minas é burocracia pura”

Antônio Júlio diz que não basta preencher papel; é preciso resolver o problema. Ele criticou ainda a censura à imprensa

O deputado estadual Antônio Júlio (PMDB) condenou o que considera “burocracia excessiva do governo de Minas”.
“Instalou-se no Executivo mineiro a burocracia pura. Tudo gira em torno de papel. No Palácio da Liberdade, você vê todo mundo preenchendo relatórios, questionários, estatísticas. Mas não basta preencher papel; é preciso resolver o problema”, afirmou.
O deputado peemedebista também fez críticas à censura que o governo do Estado estaria impondo à imprensa mineira.
“Nenhuma linha que seja contra o governo é divulgada. Os órgãos de comunicação estão amordaçados por generosas verbas publicitárias”, alertou.
Antônio Júlio lembrou que o ex-presidente Tancredo Neves sempre lutou contra a censura e pela liberdade de imprensa. “O governador deveria manter vivo os ideais do seu avô. A imprensa tem um papel fundamental na democracia. Ela não pode sofrer esse tipo de censura que está ocorrendo em Minas. Censura foi na época da ditadura militar. Chega de censura”, protestou.
O parlamentar citou trecho de um discurso de Tancredo Neves, “para servir de exemplo para o seu neto, Aécio”: “Enganam-se os que imaginam possível levantar uma nação rica e poderosa sobre os ombros de um povo explorado, doente, marginalizado e triste. Uma nação só crescerá quando crescer, em cada um de seus cidadãos, o conhecimento, a saúde, a alegria e, principalmente, a liberdade”.

Ausência de debate

Antônio Júlio fez questão de frisar a ausência do debate político em Minas Gerais.
“Observamos que o debate político está morto em nosso Estado. Não há mais espaço para ele. Há um senso comum, um discurso único, o que não constrói nada nem contribui para o aprimoramento de nossas instituições”, declarou.
De acordo com o deputado, é fundamental que o debate ocorra, “mas mais importante ainda é que as instituições exerçam seu papel”.
“Hoje o Executivo, o Judiciário, o Ministério Público, a Assembleia Legislativa e a imprensa perderam muitas de suas atribuições”, avaliou, ressaltando que “é dever dos deputados fazer do Legislativo uma instituição forte que legisle para o povo e não, como ela lamentavelmente vem sendo, uma Assembleia homologativa das vontades do Poder Executivo”.

Produtor rural

Antônio Júlio criticou a atuação do Ministério Público, da Justiça e órgãos ambientais, que estariam tratando o produtor rural como “bandido”, em questões sobre o meio ambiente.
Além disso, fez ressalvas ao projeto que altera o Código Florestal, em tramitação na Assembleia Legislativa, que, em sua opinião, mais uma vez beneficia grandes empresas e prejudica o produtor rural.
Segundo o parlamentar, a atual proposição “faz tudo para dificultar a vida dos pequenos produtores rurais, mas abre as portas, por exemplo, para a Cemig fazer o que bem entender, daí a necessidade de se modificar o texto”.
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia votou nesta quinta-feira parecer de emendas da nova lei florestal. O projeto já está pronto para voltar à pauta de votação do plenário.
Fonte: Novo Jornal

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