Em meio a um turbilhão de polêmicas e questionamentos judiciais, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiu na terça-feira manter as regras do sistema de bônus do seu vestibular.
Em reunião à tarde, o Conselho Universitário da instituição avaliou a possibilidade de mudar os critérios do programa, que hoje beneficia alunos vindos de escolas públicas e que se declaram pardos ou negros. A decisão é válida para o próximo processo seletivo, mas não é definitiva. Uma resolução aprovada anteriormente pelo conselho já previa avaliações anuais do sistema de bônus até 2012 e, durante esse período, o benefício pode continuar da mesma forma que foi implantado, sofrer modificações ou até mesmo ser extinto. A principal proposta de mudança apresentada terça-feira, durante a reunião, foi a de conceder o bônus apenas para alunos que cursaram todo o ensino básico na rede pública, ou seja, desde a 1ª série do ensino fundamental até o 3º ano do nível médio. Mas o projeto foi rejeitado pelos conselheiros e, com isso, ficam valendo as mesmas regras do vestibular 2009, o primeiro com o sistema de bônus em vigor. “Colocamos as propostas em votação, mas o conselho decidiu manter o programa assim como ele é hoje. Tivemos 45 votos a favor da manutenção e uma abstenção, o que comprova que o bônus é um programa vitorioso e que aumenta a inclusão social na universidade”, afirmou o presidente do conselho, reitor Ronaldo Tadeu Pena.
Assim como no ano anterior, esta edição do processo seletivo concederá um aumento de 10% na nota final dos candidatos que cursaram as quatro últimas séries do ensino fundamental (de 5ª a 8ª) e todo o nível médio em escolas públicas. E os alunos que, além de cumprirem esse requisito, se declararem pardos ou negros, ganharão um acréscimo de 15%. No vestibular do ano passado, o programa de bônus beneficiou 34,04% dos 5.950 alunos aprovados. As propostas de mudança do sistema de bônus foram votadas terça-feira pelos 46 integrantes do conselho, entre eles, funcionários técnico-administrativos, diretores de unidades de ensino, estudantes e representantes da reitoria.
Outro assunto presente na pauta dos conselheiros foi uma decisão da Justiça Federal que pôs em xeque o programa de bônus da UFMG. Conforme o Estado de Minas noticiou com exclusividade na edição de 23 de julho, um candidato ao curso de medicina se sentiu prejudicado com o programa e questionou o benefício na Justiça. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região acatou o pedido do estudante Gabriel Tensol Rodrigues Pereira, de 19 anos, e deu uma liminar favorável, que lhe garantiu a vaga. Segundo a reitoria da universidade, cerca de outros 20 candidatos entraram com mandados de segurança na Justiça contra o bônus, mas nenhum deles teve decisão publicada até o momento. AdiamentoPor causa dessa reunião, a UFMG teve de adiar a data de abertura das inscrições para o vestibular. O prazo, que seria aberto na próxima sexta-feira, foi transferido para o dia 12. Em nota divulgada na última semana, a presidente da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve), Vera Resende, explicou as razões do adiamento: “Decidimos alterar a abertura das inscrições, porque, caso seja aprovada alguma alteração do sistema de bônus pelo conselho, não haverá tempo hábil para publicação de edital de retificação antes do dia previsto para o início das inscrições, 7 de agosto”. Os interessados em participar do processo seletivo terão até 8 de setembro para fazer o cadastro. Para o ano que vem, a UFMG vai abrir 6,6 mil vagas em 75 cursos oferecidos pela instituição.
Entre as opções, há 10 novidades na graduação previstas para 2010: antropologia, biomedicina, ciências socioambientais, controladoria e finanças, dança, engenharia de sistemas, museologia, relações econômicas internacionais, tecnologia em radiologia e diagnóstico por imagem, e química tecnológica.
Fonte: Estado de Minas
Fonte: Estado de Minas
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