sexta-feira, 16 de abril de 2010

Patrus rejeita interferência do PT nacional em Minas

Ex-ministro diz estar em sintonia com adversário nas prévias e que o partido estadual tem autonomia para decidir

Eduardo Kattah - Hoje em Dia
O ex-ministro Patrus Ananias rejeitou nesta quinta-feira (15) interferências da direção nacional do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na escolha do candidato da base aliada ao governo de Minas Gerais.
Patrus e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, se inscreveram para a disputa de prévias - marcada para o dia 2 de maio - que irão definir o pré-candidato do PT. A indefinição tem irritado o ex-ministro das Comunicações e pré-candidato do PMDB, Hélio Costa, que ameaça romper com os petistas caso um acordo não seja costurado até o dia 9 do próximo mês.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, Costa utiliza a aliança em torno da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência como principal argumento para consolidar seu nome na disputa estadual. Lula, que cobra um palanque único para Dilma em Minas, já teria manifestado preferência pelo peemedebista para não ameaçar o acordo nacional.
Em tom de ameaça, o ex-ministro das Comunicações lembrou que o diretório mineiro possui 69 delegados nacionais e deverá ser decisivo na convenção do partido que em junho irá deliberar sobre a aliança com o PT.
Mas Patrus, que garante estar em sintonia com Pimentel, disse que o PT-MG tem autonomia para decidir e a "prévia é para valer". Questionado sobre qual seria o papel do presidente no atual processo, foi categórico: "Quem dá a palavra final no PT é o PT. São as instâncias partidárias. Claro que o presidente Lula é um filiado e um militante muito especial, pela extraordinária liderança que ele exerce, o governo histórico que ele está realizando", destacou.
O ex-ministro do Desenvolvimento Social também afirmou que a disposição do PT mineiro em ter candidato próprio não é uma "encenação".
"É claro que o que nos une a todos no Brasil é o projeto nacional. Não tem nenhuma dúvida quanto a isso. Agora, eu digo sempre também que o projeto nacional não se dá no vazio. O projeto nacional se dá e se constrói a partir de realidades concretas, locais, regionais, estaduais. E nós sabemos que o projeto nacional passa por Minas Gerais", disse.

Aliança em risco

Patrus, que concedeu entrevista na Assembleia Legislativa, reconheceu que ele e Pimentel deveriam ter comunicado antes o ex-ministro das Comunicações sobre a decisão de o partido realizar prévias.
Nas imediações do parlamento mineiro, Costa almoçou com deputados do PDT e disse que a definição na base aliada não pode passar do dia 9. Segundo ele, a data foi estabelecida em um encontro na quarta-feira entre o deputado Michel Temer e o presidente do PT, José Eduardo Dutra. "No dia 9, não houve acordo, tudo bem. Cada um para o seu lado e vamos à guerra".
O ex-ministro também provocou, afirmando que talvez os petistas "tenham se esquecido que Minas Gerais tem 69 votos no colégio eleitoral da convenção nacional do PMDB". "A situação chegou ao ponto de colocar em perigo até mesmo o apoio nacional do PMDB", ameaçou. "Vamos chegar à convenção com essa responsabilidade. Para onde for a bancada mineira é que vai o apoio do PMDB".

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