domingo, 27 de setembro de 2009

ALMG: A Casa dos Horrores

Deputados abandonaram a ética, adotando a "teoria dos resultados". Já existe tabela de preço para votação de matérias
O despreparo para o exercício do mandato de deputado somado ao estímulo recebido da presidência da Casa Legislativa transformou a Assembleia mineira em um antro de perversão.
Os poucos parlamentares que não participam “do esquema” são obrigados a se isolar em seus gabinetes, para não terem que presenciar grotescas situações.
Como acontece nas esquinas das grandes cidades, o projeto legislativo antes de ir ao plenário recebe um “defensor”, que irá negociar com as diversas “bancadas” o “apoio” aos mesmos. A moeda utilizada muitas vezes é a divisão da escolha das empresas que executaram a obra ou o serviço, transferindo para estas a tarefa de “compor” com o deputado.
Evidente que existem aqueles que se profissionalizaram no exercício de seus “mandatos”, negociando seus apoios em troca de benefícios para suas empresas ou de seus familiares.
Exemplo desta prática é o deputado Diniz Pinheiro (PSDB) que, em menos de dois mandatos, transformou a garagem de ônibus de aluguel “Transmoreira”, pertencente à sua esposa, em uma das maiores concessionárias de ônibus da Região Metropolitana de Belo Horizonte, sem dizer que nas cidades de sua base política é ele quem determina qual será a empreiteira que executará as obras da Cemig e da Copasa ou de qualquer empresa e autarquia pertencente ao Estado.
Inclusive, há pouco tempo, o DER teve que realocar a construção de um trevo em Ibirité, para favorecer uma área pertencente a um dos familiares do deputado citado acima.
O trajeto das estradas a serem abertas ou reformadas na região de cada deputado é previamente avisado para que os mesmos indiquem quem executará a obra ou até mesmo fornecer o material a ser utilizado, caso de Djalma Diniz (PPS) que é hoje o maior produtor de massa asfáltica do Estado. Sem dizer que os “parlamentares” compram a preço de banana os imóveis que serão beneficiados pela obras.
Assim como na criação de boi, onde nem o berro do animal se perde, na Assembleia Legislativa de Minas até a compra de papel higiênico é indicada por um parlamentar.
Os diversos esquemas criminosos instalados em Minas Gerais têm seus representantes na Casa, como é o caso do deputado Alberto Pinto Coelho, presidente da Assembleia, que defendeu abertamente a Máfia dos Combustíveis.
Evidente que existem os parlamentares que se especializaram na defesa de outros Poderes em troca de regalias e impunidades para seus crimes, caso do deputado Durval Ângelo (PT), especializado na defesa dos interesses do Judiciário. Em troca vem permanecendo impune, mesmo diante da condenação de seu colega deputado federal pela prática de crime similar.
Há pouco tempo o deputado Mauri Torres (PSDB), ex-presidente da Casa, resolveu dar de presente um luxuoso apartamento para sua então namorada. Até aí tudo bem, se o dinheiro não fosse da verba de publicidade da Assembleia, conforme demonstrado em inquérito adormecido na Procuradoria de Justiça, outra enorme beneficiária no esquema de “troca” com o Legislativo.
É uma pena que estas práticas repudiadas até tempos atrás tenham se tornado uma regra. Nenhum partido está excluído.
Fonte: Novo Jornal

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