quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"Deputado do castelo’ move ação por danos morais contra jornal

O deputado federal Edmar Moreira (PR-MG), que ficou conhecido como “deputado do castelo”, entrou com processo contra o jornal Diário do Comércio. A ação pede indenização por danos morais de valor maior que a sua remuneração anual, de R$ 200 mil. O deputado também pede que reportagens sejam retiradas da internet.
O editor do site, Luiz Octávio Lima, e o repórter Sérgio Kapustan também são alvos do processo. O diretor de redação do Diário, Moisés Rabinovici, informa que a ação está em fase inicial e que ainda não está claro como cada réu é citado.
Rabinovici explica que as informações publicadas pelo jornal foram, em grande parte, produzidas pela Agência Estado. Lembra ainda que o caso está presente no Museu da Corrupção, criado pelo Diário.

“Renascimento da censura?”
Na terça-feira (01/09), o jornal publicou um editorial no qual classifica a ação movida pelo deputado como uma tentativa de censura.
“Mas o castelo é apenas o símbolo ou emblema visível da corrupção. A questão que se coloca é o novo modo de afrontar a liberdade de imprensa. (...) Não será este exercício de ações indenizatórias o renascimento da censura?”, questiona o veículo.

"Dano moral sofreu o Brasil"

O editorial ainda critica a “indústria do dano moral”, e afirma que a ação não vai intimidar o veículo.
“Para o jornalismo a ameaça faz tão somente aumentar a disposição e a vigilância. Por isso reiteramos o que o deputado do castelo não quer ouvir ou não percebeu: dano moral sofreu, sim, o Brasil!”
Edmar Moreira possui um castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões na cidade de São João Nepomuceno, no interior de Minas Gerais. O deputado também foi julgado e absolvido pelo Conselho de Ética da Câmara em ação que levantava suspeitas de irregularidades na utilização da verba indenizatória.
“O DC e a imprensa não ingressaram em assuntos privados do ser humano Edmar Moreira. Tudo que contra ele foi levantado e até provado, embora os amigos o tenham livrado da cassação do mandato, é assunto político, de interesse da sociedade dos representados que não quer uma imprensa dócil ou manipulada”, diz o editorial.
Fonte: Comunique-se

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